O substantivo
É o substituto
Do conteúdo
O adjetivo
É nossa impressão
Sobre quase tudo
O diminutivo
É o que aperta o mundo
E deixa miúdo
O imperativo
É o que aperta os outros
E deixa mudo
Um homem de letras
Dizendo idéias
Sempre se inflama
Um homem de idéias
Nem usa letras
Faz ideograma
Se altera as letras
E esconde o nome
Faz anagrama
Mas se mostra o nome
Com poucas letras
É um telegrama
Nosso verbo ser
É uma identidade
Mas sem projeto
E se temos verbo
Com objeto
É bem mais direto
No entanto falta
Ter um sujeito
Pra ter afeto
Mas se é um sujeito
Que se sujeita
Ainda é objeto
Todo barbarismo
É o português
Que se repeliu
O neologismo
É uma palavra
Que não se ouviu
Já o idiotismo
É tudo que a língua
Não traduziu
Mas tem idiotismo
Também na fala
De um imbecil
Existem várias formas de comunicação:a letra de uma música,um desenho representativo,gestos,olhares...A leitura não acontece somente quando encontramos um conjunto de letras,que procuram significar algo porque estão juntas,numa palavra ou frase."Lemos" desenhos,lemos fotografias,lemos atitudes.Se pensamos em sala de aula,há alunos que não conseguem decifrar aquele conjunto de letras,mas conseguem demonstrar de outras maneiras o entendimento daquilo que lhe é solicitado.Há os que leem fluentemente,outros de forma silabada,pausadamente...
Ainda temos aqueles que usam desenhos como escrita,uma letra para cada sílaba da palavra que deseja registrar ...Como diz a poesia acima "...um homem de idéias nem usa letras..."
No texto de KLEIMAN(2006) - Modelos de letramento e as práticas de alfabetização nas escolas - fica claro o quanto a escola,que é a mais importante agência de letramento,considera a alfabetização apenas como uma aquisição de códigos,sem considerar que o conhecimento que o sujeito traz consigo,adquirido no seu cotidiano,independe de ler e escrever.