Sunday, September 20, 2009

ABC...Nunca é tarde para aprender









Postei aqui a segunda parte deste documentário,onde duas professoras relatam as dificuldades do aluno adulto em retomar os estudos e o orgulho do mesmo com a aquisição da leitura e da escrita.Complemento com o recorte do texto lido para esta interdisciplina:

" O contato com adultos não escolarizados nos mostra que todos sabem algo, não só coisas do concreto, mas têm um conhecimento intelectual a respeito da escrita. O que falta, muitas vezes,é auxiliar a desvelar esse conhecimento e criar condições para que possam elaborar novos conhecimentos, obter novos dados e reorganizar o conhecimento. Repensar fatos estabelecidos há certo tempo, e que hoje começam a incorporar novas situações, auxilia a rever a prática de alfabetização de adultos."(Regina Hara)



Tuesday, September 08, 2009

Fala-se, escreve-se, lê-se sempre do mesmo jeito?



O substantivo
É o substituto
Do conteúdo
O adjetivo

É nossa impressão
Sobre quase tudo
O diminutivo
É o que aperta o mundo
E deixa miúdo

O imperativo
É o que aperta os outros
E deixa mudo

Um homem de letras
Dizendo idéias

Sempre se inflama
Um homem de idéias
Nem usa letras
Faz ideograma
Se altera as letras
E esconde o nome
Faz anagrama
Mas se mostra o nome
Com poucas letras
É um telegrama

Nosso verbo ser
É uma identidade
Mas sem projeto
E se temos verbo
Com objeto
É bem mais direto
No entanto falta
Ter um sujeito
Pra ter afeto
Mas se é um sujeito
Que se sujeita
Ainda é objeto

Todo barbarismo
É o português
Que se repeliu
O neologismo
É uma palavra
Que não se ouviu
Já o idiotismo
É tudo que a língua
Não traduziu
Mas tem idiotismo
Também na fala
De um imbecil





Existem várias formas de comunicação:a letra de uma música,um desenho representativo,gestos,olhares...A leitura não acontece somente quando encontramos um conjunto de letras,que procuram significar algo porque estão juntas,numa palavra ou frase."Lemos" desenhos,lemos fotografias,lemos atitudes.Se pensamos em sala de aula,há alunos que não conseguem decifrar aquele conjunto de letras,mas conseguem demonstrar de outras maneiras o entendimento daquilo que lhe é solicitado.Há os que leem fluentemente,outros de forma silabada,pausadamente...
Ainda temos aqueles que usam desenhos como escrita,uma letra para cada sílaba da palavra que deseja registrar ...Como diz a poesia acima "...um homem de idéias nem usa letras..."
No texto de KLEIMAN(2006) - Modelos de letramento e as práticas de alfabetização nas escolas - fica claro o quanto a escola,que é a mais importante agência de letramento,considera a alfabetização apenas como uma aquisição de códigos,sem considerar que o conhecimento que o sujeito traz consigo,adquirido no seu cotidiano,independe de ler e escrever.

Wednesday, September 02, 2009

O menininho - Helen Buckley

Quando li o texto sugerido pela interdisciplina de Didática,Planejamento e Avaliação,logo lembrei de muitos dos alunos de uma determinada escola.Eles quase que imploram pelos "modelos",mais por uma questão de auto estima,ou melhor,baixa estima,do que propriamente do trabalho desenvolvido por lá.Analisando mais a fundo,acredito que duas situações se fundem:uma escola nada criativa + baixa estima dos alunos = melhor copiar modelos do que fazer algo diferente.
Tentando ilustrar minha "leitura" sobre o menininho do texto,achei esta que aqui postei ,que logo me fez enxergá-lo.Quanta vontade de fazer as flores que ele queria,coloridas ,mas...tinha que ser vermelha com caule verde.Quantos pratos diferentes poderiam ter surgido naquela aula ao ar livre,mas tinha que ser o prato fundo igual ao da professora...
Poderíamos analisar a prática desta professora de uma outra maneira? Ela não ENXERGAVA é que ,por mais que tentasse que todos fizessem igual ao seu modelo,cada um fazia diferente.Ninguém conseguiria fazer igual ao dela,talvez bem parecido,mas nunca igual.
Pensando assim,lembro do professor François (ENTRE OS MUROS DA ESCOLA)que desestimulou seu colega quando afirmava que seus alunos eram incapazes de entender os livros que ele sugeria para um trabalho integrado entre duas disciplinas.Ao mesmo tempo,ele dispunha de uma riqueza infinita de experiências culturais na sua sala de aula,visto que era composta de alunos de diferentes países,o que os tornava capazes de protagonizar excelentes trocas de conhecimentos,se fossem escutados e valorizados em suas idéias.
Temos muitos menininhos morrendo de vontade de mostrar seus conhecimentos,mas anulados por professores que não os enxergam,apenas os veem na sala de aula.
Temos que decidir se queremos VER ou ENXERGAR nossos alunos.