Thursday, April 30, 2009

Uma fita cor de laranja






Em minha escola,estamos buscando a identidade de nosso trabalho,a filosofia e para tanto,experimentamos a Pedagogia de Projetos,através de formação continuada,à noite,com o auxílio de uma professora da FAPA (Zoraia) .Ela deixou, na última quinta-feira,um vídeo de Celso Antunes,onde ele comenta projetos que realizou ou participou como mero expectador.Dois chamaram muito minha atenção os quais tentarei, de forma suscinta descrever.


O primeiro da título à esta postagem.Relata o professor Celso,que quando trabalhava numa escola de classe média alta,precisava abordar a questão da SEGREGAÇÃO RACIAL,então pediu à alguns alunos voluntários que usassem por uma semana uma fita cor de laranja amarradas na cabeça.Explicou em aula o que pretendia(reação das pessoas) e deus algumas orientações,entre elas de que não podiam dizer, aos que perguntassem, o motivo da fita,apenas de que em uma semana todos saberiam.Também orientou que se qualquer professor ou integrante da equipe pedagógica /diretiva solicitassem a retirada das mesmas ,isto deveria ser feito imediatamente.Pois bem,logo no primeiro dia,após a saída do professor Celso desta turma,o próximo professor,colocou vários exercícios no quadro,muito difíceis e diante das reclamações dos alunos,pois não haviam trabalhado ainda aquele conteúdo,respondeu que somente os alunos homossexuais que usava a fita cor de laranja na cabeça,é que deveriam realizar tais atividades.Passados dois,três dias,os alunos sofreram todo o tipo de humilhações na escola . No quarto dia,o diretor chamou o professor Celso e relatou que ,apesar de não saber o motivo,ordenara que os alunos retirassem as fitas,porque havia sido combinado por um grupo da alunos,que os mesmos apanhariam na saída da aula.Após as devidas explicações,o projeto que buscava trabalhar a segregação racial,acabou por abrir um leque de outras formas de discriminação.Apesar de surpreso com a reação de colegas professores e até mesmo dos alunos,da mesma idade daqueles que usavam a fita,ele diz que o resultado,mesmo finalizado o projeto antes do previsto,foi muito positivo,pela riqueza de dados colhidos naqueles quatro dias.



O segundo projeto ,comentado por ele ,foi realizado numa escola pública.Certo dia,os alunos chegarm na escola e ficaram surpresos,pois a mesma estava toda decorada com perguntas(no pétio,no refeitório,nos corredores...),ali colocadas por todos os professores.Quando as aulas iniciaram,os alunos perguntaram o motivo daquela "decoração".Ouviram como resposta que,aquelas eram questões elaboradas por eles mesmos (alunos) tempos atrás,quando foi solicitado por todos os professores,que cada aluno escrevesse numa folha de papel,sem assinar,o que achavam que a escola deveria responder para ele.Então ,a partir daquele dia,todas as aulas deveriam responder àquelas questões,em todas as disciplinas.Mas que cada aluno,deveria se perguntar se ,no fim do dia,as aulas responderam àquela pergunta,porque no dia seguinte,ela já não estaria mais lá!

1 comment:

Beatriz said...

Imagino que fizestes algumas relações interessantes com o teu cotidiano, relacionado ao problema de segregação ou discriminação. Sem dúvida concordo que chamar atenção para um fator discriminador (no caso era a fita lranja) pode gerar preconceitos não esperados, por um leque de interrelaões concetuais que é feito por cada um de nós , em função do nosso passado e preente histórico.
Um abraçõ
Bea